3 de março de 2025

"Gasto muito dinheiro com produtos de cabelo e nem sempre acerto" - saiba como identificar o melhor tipo de tratamento para os fios


Especialistas trazem dicas para identificar necessidades de restauração, hidratação ou reconstrução

“Comprei um shampoo de restauração recentemente e, diferente do que esperava, tive o resultado oposto. Meu couro cabeludo não parava de coçar e parecia que o produto estava grudado em minha cabeça” – esse é o relato da jornalista Kaísa Romagnoli, que na busca por uma solução para cuidados capilares, acabou por enfrentar os efeitos adversos dos produtos escolhidos. A profissional conta que consegue ver a fórmula acumulada em sua raiz, não por falta de lavagens, mas por uma razão que ainda não pôde compreender. Ao contrário do que se imagina, situações como a de Kaísa são extremamente comuns e não demandam tratamentos longos e caros para se resolverem.

De acordo com Cristiano Cintra de Almeida, cabelereiro com 30 anos de experiência, a causa do problema está na identificação das necessidades de cada cabelo. “É comum no dia a dia sentirmos que os fios estão mais oleosos ou ressecados, fracos ou armados, e a partir desse diagnóstico, procuramos itens em perfumarias que se adequem a esse cenário. Porém, os métodos que encontramos no cotidiano nem sempre são adequados, e podem levar a consequências”, esclarece.

O especialista em colorimetria aponta que a tarefa de identificar se inicia antes da identificação do incômodo. Ele explica que, antes de comprar um determinado kit de produtos, é preciso saber o tipo de cabelo com o qual se está lidando, para então poder encontrar a fórmula com os compostos adequados e, por fim, buscar a linha compatível com as demandas das mechas.

“Se a pessoa possui os fios naturalmente secos, por exemplo, ela já pode refinar quais marcas não atendem tão bem as necessidades desse tipo de cabelo. Em seguida, a partir do que é oferecido no mercado, ela deve avaliar os compostos das fórmulas e verificar se contêm ingredientes que proporcionam a hidratação e a nutrição necessárias. Óleos vegetais, como argan e coco, e componentes como pantenol e glicerina, por exemplo, são ideais para cabelos secos”, pontua. Cristiano acrescenta que o mesmo se aplica para cabelos mistos ou oleosos – a pesquisa é essencial antes de tomar a decisão do que aplicar nos fios.


Como identifico meu tipo de cabelo?

“A identificação do tipo de cabelo começa pela observação da textura, do nível de oleosidade e da forma dos fios”, explica Marina Groke, especialista em beleza da Escova Express, rede de escovarias. “Cabelos lisos tendem a distribuir melhor a oleosidade natural, enquanto os cacheados e crespos apresentam maior ressecamento devido à curvatura, que dificulta a passagem do sebo ao longo do comprimento. Além disso, fatores como química, exposição ao sol e uso frequente de ferramentas térmicas influenciam diretamente na saúde capilar”, aponta.

A especialista destaca que a rotina de lavagens também ajuda a identificar as características do cabelo. “Se os fios ficam pesados e com aspecto oleoso rapidamente, há uma tendência à oleosidade. Já quando aparentam ressecamento, opacidade ou frizz excessivo, há uma maior necessidade de hidratação e nutrição”, afirma. Observar como os fios reagem após a lavagem e ao longo do dia auxilia na escolha dos produtos adequados.

Groke ressalta que, embora a autoanálise seja um bom ponto de partida, a recomendação e orientação de um profissional fazem toda a diferença. “Um especialista consegue avaliar a estrutura capilar com mais precisão, indicando os tratamentos mais eficazes para cada necessidade. Isso evita erros na escolha dos produtos e garante um cuidado mais assertivo e personalizado”, conclui.


Restauração, reconstrução ou hidratação?

“A escolha entre restauração, reconstrução ou hidratação deve ser feita com base nas necessidades do cabelo”, explica Marina. Segundo a especialista, a hidratação repõe a umidade natural dos fios, sendo indicada para cabelos opacos e ressecados. A nutrição devolve os lipídios essenciais, ajudando a controlar o frizz e a porosidade. Já a reconstrução fortalece a fibra capilar com proteínas, como a queratina, sendo fundamental para fios danificados por química ou calor excessivo.


Cristiano concorda, ressaltando que a escolha do shampoo e do condicionador também influencia diretamente na saúde capilar. “Os shampoos de limpeza profunda removem o acúmulo de resíduos, mas devem ser usados com moderação para evitar o ressecamento. Já os com propriedades hidratantes são mais suaves e ajudam a manter a umidade dos fios. O condicionador, por sua vez, complementa a ação do shampoo, selando as cutículas e garantindo um acabamento mais saudável e equilibrado”, explica.

Assim como no processo de reconhecimento do tipo de cabelo, consultar um especialista antes de investir em linhas inteiras de cosméticos para tratar um problema capilar é essencial. Além de evitar gastos desnecessários com produtos que podem não trazer os benefícios esperados, essa orientação profissional reduz o risco de efeitos adversos, como os enfrentados por Kaísa.


O que fazer no caso de coceira e outros sintomas?

 O incômodo relatado por Kaísa Romagnoli, como coceira intensa e sensação de acúmulo do produto no couro cabeludo, pode estar relacionado a uma reação a determinados componentes da fórmula. Julinha Lazaretti, bióloga e cofundadora da Alergoshop, explica que substâncias como sulfatos agressivos, conservantes e fragrâncias artificiais desencadeiam irritações, especialmente em pessoas com sensibilidade cutânea. “Quando há coceira, vermelhidão ou descamação após o uso de um produto, o ideal é interromper imediatamente a aplicação e lavar a região com um shampoo suave, preferencialmente hipoalergênico”, orienta.

A especialista ressalta que sintomas persistentes exigem atenção. “Se a irritação não diminuir ou piorar, é importante procurar um dermatologista para identificar a causa e evitar complicações maiores, como dermatites”, alerta. Vale ressaltar que, antes de adquirir um novo produto, a realização de um teste de contato, aplicando uma pequena quantidade atrás da orelha ou no antebraço, tende a prevenir reações adversas.





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